O CAVALEIRO TEMPLÁRIO E A TEMPERANÇA

   

“Temperança é virtude que está no meio de dois vícios: um vício é pecado pelo excesso de grandeza, o outro é pecado por pouco excesso de quantidade. E por isso, entre muito e pouco convém estar a temperança, em tão conveniente quantidade que seja virtude; porque se não fosse virtude, entre muito e pouco não haveria meio termo, e isso não é verdade. Cavaleiro bem acostumado deve ser temperado em ardor e em comer, e em beber, e em parlar, que se convém com mentir, e em vestir, que há feito amizade com vanglória, e em ser esbanjador, e em todas as outras coisas semelhantes a estas. E sem temperança não poderia manter a honra de cavalaria, nem a poderia fazer estar no meio, que é virtude por seu corpo não estar nas extremidades”.,

(LIVRO DA ORDEM DE CAVALARIA (1279-1283), Capitulo VI. DOS COSTUMES QUE PERTENCEM A CAVALEIRO, prólogo 17).

  
O Que é temperança?

"A temperança modera a sedução dos prazeres, garante o domínio da vontade sobre os instintos e dá capacidade de equilíbrio no uso dos bens criados.” (Compêndio do Catecismo. q.383).

  

Temperança, uma das quatro virtudes cardeais, (Virtus, em latim deriva de vir, virilidade, vigor, homem, masculinidade, Cardo, quer dizer dobradiça, eixo em torno do qual gira alguma coisa), virtude essa que é complementada pela Prudência, Justiça e Força. Chamada de o freio da nossa alma. Ela é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, quer eles seja comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc. Tem como principal principio nos ensinar a usar essas coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada e que certos atos são reservados a certas situações. Muitos dos estudiosos a consideram como uma bússola que harmoniza e mantém os nossos desejos dentro dos limites da honestidade.

  

Pelo dicionário, Temperança significa equilibrar, colocar sob limites, "moderar a atração dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporcionar o equilíbrio no uso dos bens criados". Para o povo grego, tal virtude significava sensatez que ordena (phrosyne). Os espanhóis a chamam de “temperare”, e que lembra “tempero no ponto certo”, que significa ordenar de modo adequado, unir, refrear, resguardar-se.

  

Seu principal objetivo é trazer serenidade para a nossa alma, equilíbrio interno, é estar em harmonia comigo mesmo.

Papa João Paulo II dizia que para possuirmos a Virtude de Temperança, devemos ser homens prudentes, justos, valentes e, por fim, homens temperados (ou também moderados, sóbrios) e nos deu um exemplo a ser seguido, Jesus Cristo.

  

No Livro da Ordem de Cavalaria, escrito em 1275, por Ramon Llull, no capitulo IX, relata o tema da virtude/vícios que a Ordem da Cavalaria empregava para as virtudes cardeais, sendo todas pontos referenciais para a potência do homem.

Para a Ordem do Templo, os Cavaleiros Templários, deviam ter sensatez em suas vidas e usar com moderação dos bens temporais, como comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc., para isso foram em postas pela Ordem, algumas regras, dentre as quais lhes era vedada a propriedade privada: "todas as coisas da casa são comuns, e faz-se saber que nem o mestre nem nenhuma outra pessoa têm autoridade para permitir que um irmão possua algo de seu (...)". Trecho tirado do livro Pears Paul Read, Os Templários, trad. de Marcos José da Cunha, Rio de Janeiro, Imago, 2000. p.112.

 Os Nobres Cavaleiros, muitos viam de grande estirpe, viviam de maneira muito modesta. Seus trajes não podiam sofrer variações conforme a moda era proibida qualquer peça feita de peles. O consumo de carne era permitido apenas três vezes por semana e jejuavam às sextas-feiras. Seus celeiros, estábulos e dormitórios eram simples e práticos e despendiam pouca soma em dinheiro para a sua manutenção. Estes cavaleiros fizeram voto de pobreza e de castidade. O seu símbolo passou a ser o de um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local de sua sede, do voto de pobreza e da fé em Cristo, surgiu o nome da Ordem: Os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Cavaleiros Templários.

Referências

http://www.ricardocosta.com/pub/cavaperf.htm;

http://www.permanencia.org.br/revista/filosofia/corte3.htm;

http://www.comshalom.org/webforum/index.php?topic=284.0;

http://www.capela.org.br/Catecismo/cardeais.htm;

http://www.dicionariodafe.com.br;

pt.wikipedia.org/wiki/Temperança;

http://blog.cancaonova.com/fatimahoje/2009/08/14/temperanca-quarta-virtude-cardinais.